Superstição
Sempre cética para as palavras, nunca foram levadas a sério
Dizem que elas têm poder, mas nunca isto posto em questão
E agora, num giro perfeito de 180º graus, as teme como armas
Com medo de dizer aquilo que sente, com medo verbalizar
Como se fossem um tiro a perfurar a alma, escrever ou dizer
Os pensamentos viram tormentos, mas o que se pode fazer?
Se para aliviar precisa dizer, e dizer invoca delas o poder?
Como uma sinuca de bico, um beco sem saída, sem solução
Busca-se encontrar o equilíbrio naquilo que é impossível
Deus criou o mundo por palavras, irei eu destruir o meu com elas?
Fico nessa superstição, digo ou não digo? Escrevo ou não?
Que se faz diante da chance de sacramentar o destino?