Leveza na Alma
Lá vem outra madrugada a me perturbar. A insônia, a ânsia, a angústia... Pensamentos vêm e vão. Olhares na janela numa singela e longínqua luz de uma velha torre, em meio à escuridão... Àquele infame e constante pensar me toma novamente... Um desejo proveniente de forças ocultas... Bebo um gole de café envelhecido, tento ler algo, mas não consigo. As horas passam lentamente. Ouço galos cantarem ao longe, o que mais parece uma canção fúnebre... Tomo o meu indesejável remédio... O silêncio noturno é o martírio para quem escuta demais. Até que vou ao quarto dos meus filhos e os vejo dormindo em suavidade mera, tranquilos... Beijo-lhes a testa e as nuvens negras se dissipam... O efeito do remédio logo fará efeito e o alívio às dores trará o sono dos deuses.
Amanhecerei, com o Sol a brilhar no além-mar. As rotinas diárias serão cumpridas. Haverei de escrever algo mais significante sobre a vida, esquecendo momentaneamente os apelos da despedida.
Quem sabe as estrelas possam me fazer companhia da próxima vez... Juro que voltarei a ser aquele menino que contava seus segredos às amigas estrelas, irradiante de alegria, imaginação e leveza na Alma.