Defunto

Está alí. É só pegar, manusear no delicado.

A dor da saudade.

É sugerido, vestir a couraça antes.

A certeza de que sairá vencido no diálogo com a morte, caso queira degustar do cálice servido por ela.

Não viver a saudade, magoado pelo fato de que o ente querido não deveria ter ido, que era para estar aqui. Que foi cedo demais!!.

O ente querido foi-se, e pronto!

Vestindo a couraça, adentrando no mundo das quimeras, e das lembranças.

Do, que saudade! Da voz, do sorriso, do quê dele, dela!

Quando se ama aquele que foi-se, partiu desta para outra, viver a saudade, vem tudo, o cheiro, o aspecto, o avesso e o verso do falecido.

Impressionante!!! Vem tudo à mente.

Parece doença, que não se cura.

Sabemos que o ente querido partiu, não está conosco mais. Mesmo assim, vem tudo Dele, vem tudoooo!

O bom e o ruim. Nada escapa.

Mas o amor, aquilo que sempre nutrimos, mantém-se. Só que, flagrado numa dor vencida, a de que vivemos sem ele nesta vida.

É preciso muita arte para ressignificar este quadro patético, insosso, fúnebre, sem alento.

Contudo, depois da ida do finado. Ente querido. Ressignificar, envolve aceitar.

Ou faz as pazes com o Espírito Maior, de que é isto mesmo. Que cumpra a sua vontade, assim na terra, como é no céu, ou ...

Não se vive. Vegeta.

Saudade de papai...

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 02/11/2023
Código do texto: T7922712
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