Post Mortem

Olho para aquela escrivaninha no canto da sala e penso na importância daquela mulher na minha vida.
Seus livros, seus discos, suas cartas, postais e poesias.
Ela me ensinou a viver. Deu-me vida e a alegria de viver.
Socorreu-me nos meus choros noturnos e nas minhas dúvidas diurnas.
Me fez amar Chico Buarque e é dele o maior número de coisas que encontro pelo caminho que agora percorro.
Deixou-me um legado. Rico em afeto. Herança de cultura e bom gosto. Gosto pelas coisas boas da vida.
Fazer amigos, receber com sorrisos fartos e visitar com abraços fraternos.
Era "pau pra toda obra", mas isso ela não gostaria que eu escrevesse -não gostava de gírias quando escrevia.
Sinto pelo tempo que ela gastou comigo, deixando virgens muitos livros e discos e amigos.






(Não! Minha mãe não morreu. Isto é só ficção.)
Cidinha
Enviado por Cidinha em 25/12/2007
Reeditado em 19/06/2008
Código do texto: T791828