Nova Estrada

Preciso resgatar minha força. Parar de alimentar meus fantasmas. Ando cansada demais. Preciso deixar vir à tona todas as conquistas. Honrar o longo caminho percorrido até aqui. Eu não sou os conceitos que me moldaram, as dores que me sangraram. Eu não sou nada do que já fui. E me perco nesse vazio de ainda não ser. Me reconstruí, me reinventei e renasci tantas vezes…

Não sei como voltei à torre. De repente percebi um apego absurdo a tudo que não me pertence mais. Já era outra, sendo tudo que deixei pra trás. Acenderam as luzes, e eu estava lá, menina assustada. Criança pedindo colo. Esse é o melhor momento pra eu me acolher. Sempre foi assim. Só eu me estendo as mãos. Porque nenhuma outra mão consegue me alcançar. Respiro fundo. Busco o ar ausente nos porões de mim. Deixa ir. Aceite a colheita de tudo que plantou. Sei o que pedi ao Universo, os presentes são meus, ainda que não me sinta merecedora. Aquela menina mora em mim. Mas, está muito distante da mulher que me tornei. É nessa mulher que preciso me reencontrar. Os cacos ainda tem suas farpas, ainda cortam, mas não posso alimentar essa dor. Eu fechei esse caminho, abrindo novas possibilidades. Preciso fluir nessa nova experiência. Preciso do meu sorriso limpo. Dos meus dias de sol. Não tem como não ser grata por todo amor, saúde e vida que me preenchem. E, talvez, esse seja o novo caminhar, seguindo as trilhas da gratidão. Cultuando com simplicidade as flores dessa nova estrada.

*Si*