ABSURDO IRÔNICO
ABSURDO IRÔNICO
Pedrinho Sampaio
Em: 10/10/79
Suplemento incondicional das vidas ausentes
Deste distante mundo que é a tua inconsciência
Onde se encontram as formas mais primitivas e simples
Dos primeiros complexos orgânicos das células
Dos sintomas cadetes das armas em guerra
Das feridas marcadas em carne e em terra
Dos homens famintos de amor e de espera
Das mortes vindouras dos bojos, das feras
Onde ainda o teu canto nascia azul.
Ah! (...)
Quase me pergunto a mim com suspensa prerrogativa
Onde ainda o instante, a inflexão, a ação e o gesto
Atuam em completa harmonia e calma mórbida
Como se apenas as bombas de hidrogênio Ameaçassem o Mundo.
E as mentes febrilmente destorcidas dos políticos e dos homens sábios...(?)
Não contaram ainda o seu potencial destrutivo?
E as memórias de outras vidas trazendo mágoas e ódio...(?)
Não levariam ainda algum tempo arando a terra do coração?
Preciso de um lugar...
Preciso MESMO de um lugar!
Preciso sonhar e soltar a imaginação pra poder sonhar.
Preciso ao menos uma vaga lembrança
Para me fazer responder à criança
Que um dia fui feliz como seria ela agora...
Que tudo é verdade e até a mentira
Verdade, ou não, se atira
Como arma de defesa e nos flancos
ou “fronts” ela age do mesmo modo
(MATA!)
Não é efeito e também não é causa
Apenas um momento... apenas isso.
É como se fosse um lençol
Que tal qual as palavras (sábias) de um rei
Cobrem a verdadeira mansa incrustada (de pedras preciosas) nos colchões...
...E nas memórias absurdas e irônicas dos homens.