Gênese
Foram cinco dias mergulhado numa espécie de pura expectativa, uma energia criativa que não se limita apenas ao artístico que existe em mim... Uma inquietação que me direciona para o mais profundo, mesmo que eu insista em permanecer na margem. Não há quietude! Nada é suficiente! Ao mesmo tempo, eu posso tudo, me dissolvo em tudo, posso criar e algo quer nascer.
O artista suportaria o "peso do nada" se fosse privado da capacidade de sempre transforma-lo? Para mim, se o nada não se torna poesia, letra, música, pintura, ele me arrasta para um "não-lugar" de duas vezes mais densa autoreflexão.
Fecho os olhos e me vejo nu, nutrido, completo.
Tudo e nada, alguém para ouvir ?