DESPEDIDA & DORES (prosa poética)
Prepara a tua despedida!
Sê livre, breve e decidida.
Não se avexes diante do meu desalento, pois
Sabes que sou signatário de alforrias,
Amante de liberdades e incapaz aos empeços.
Leva tudo o que de direito achas o que levar,
Mas ouve meus pedidos que são preciosos:
Não leves nossos retratos;
Não leves a nossa Orquídea assanhada que mais beija Colibris;
Deixa as estrelas que adornamos com nossos momentos.
Esquece de propósito roupinhas, as que acho provocantes;
Não apagues das taças de vinho as marcas do teu batom;
Impregna a casa com a luz dos teus olhares, os de me enlouquecer;
Mantém teus sorrisos como brisas me tocando a face
E não cales batimentos do teu coração que me são exclusivos.
Parte destemida e que seja bom teu novo destino,
Mas sai de mansinho e não acordes desejos,
Não emanes perfumes da tua pele para que
Não sejas o nascedouro de novas esperanças.
Deixa, também! de ser a fadinha dos meus momentos enfeitiçados
E cala-te de sussurros viciantes de palavras, de juras e promessas
Apenas, abre a porta, passa, fecha-a com teu adeus.
Vai silenciada de pensamentos, pesares e compadecimentos.
Deixa para mim a incumbência de ser triste...
Deixa que eu decida o tamanho da saudade que sentirei...
Que seja minha a escolha por decidir quando não mais olharei
Ao horizonte que pode ser de restos e marcas das ilusões pela tua volta.
Peço-te, em nome do respeito mútuo que possa existir,
Que vá adiante da porta fechada ao teu destino e:
Deixa que do resto e com o tempo eu me refaço mesmo estando só.