Nirvana
Perdoe minha licença poética, mas eu não vim a este mundo para agradar. Não caibo na caixinha e nem me enquadro nos padrões técnicos e normativos da língua portuguesa. Escrevo o que sangra, rasga, pulsa e grita dentro de mim. Palavras tolas em linhas tortas, ou belas palavras jogadas ao acaso em sentenças insanas, não importa. Sou guiada pelo coração, seguindo os rastros que minha intuição deixa como pistas. Pronomes inversos. Sujeitos ocultos. Poesia é questão de existir. Sobrevivência a tudo. Não fui moldada para o afeto, mas faço do amor minha bandeira. Não sei lidar com essa coisa estranha chamada pessoas, prefiro rede, sombra e um livro bom. Mesmo assim espalho meu sorriso por onde vou. Tento deixar o que há de mais belo transbordar. Não quero aplausos. Quero ser mais de mim. Ir além de tudo aquilo que me limita. Não vim aqui para competir. Mas, para me superar e me permitir renascer quantas vezes quiser. Escrevo para me resgatar. Para não me perder nesses caminhos fáceis da vida comum. Traço as novas estradas a me conduzir ao desconhecido. Já não temo as mudanças e nem o desconforto de crescer. Escrevo e sigo em frente na certeza que novos e, talvez, perfeitos versos me esperam em algum nirvana por aí...
*Si*