A mutilação dos crentes
Quando questionado, isto é, mutilado pelas dúvidas metafísicas de outrem, digo que sou católico. O mero conforto em não ser interrogado traz-me uma paz sonífera. Estar inconsciente das providências divinas alimentam as respostas as quais requisito.
Sinto-me cortado porque as minhas crises de fé massacram-me desde sempre. O ponto de equilíbrio social é a falcatrua da crença. Devemos caminhar com passos vagos na espiritualidade. O ceticismo magnânimo implode dúvidas torrentes sobre todas as estradas, meus pés deixam rastros de incertezas nas estrelas e nas terras do homem.
Encaro as pessoas e seus dentes como encaro uma presa; entre o sorriso e a carnificina há somente o desejo. Defendo-me dos ataques de fé abrindo os lábios com ares de amizade, mas por dentro, a boca derrete o negrume caldo do absurdo silêncio divino.