NADA IMPORTA, HOJE VOU SER FELIZ

Texto inspirado em um texto sobre a felicidade de um autor desconhecido.

Hoje eu vou ser feliz

Hoje eu não vou dar a mínima aos medos que me habitam! Mesmo porque pretendo expurga-los todos com uma limpeza radical que farei na minha mente.

Hoje, eu não me darei o luxo de sentir as dores do viver e sentirei a vida como uma experiência bela e fascinante, como nunca tinha sentido até então.

Também não pensarei no vazio da existência. Nem sentirei o peso dos anos, dos problemas, nem a falta de um amor. Mesmo sabendo que todo mundo sente a falta de um amor.

Hoje imaginarei que vivo na mente de alguém, que gosto e que ela me procurará para me dar, finalmente, o beijo que tanto tenho esperado.

Hoje caminharei sobre os trilhos de trem como fazem os meninos quando descobrem a liberdade e andarei por aí, sem rumo e cantarei uma canção que eu mesmo inventei, e que eu não sabia, que existia em mim.

Hoje eu decidi que serei o mais humano, o mais leve e o mais feliz dos homens! Hoje eu decidi olhar uma flor com outros olhos e ver que ela é, na verdade, bem mais que uma flor!

Hoje desligarei a parte lógica do meu cérebro e a deixarei livre para que voe no alto dos sonhos e das quimeras e aplaudirei os passarinhos e sua leveza e não zombarei da velha coruja, minha vizinha notívaga, no seu voo desconcertado na luz da manhã.

Hoje eu cumprimentarei meu vizinho efusivamente e dar-lhe-ei um abraço. Eu sei que ele não vai entender minha atitude, mas não importa. Ele e todas as pessoas que cruzarem o meu caminho irão saber que hoje eu estou feliz.

Hoje também, esquecerei as dificuldades do presente que me acho enclausurado e ignorarei os sentimentos maus, que desfilam no painel penoso da minha consciência.

Hoje eu irei perdoar todos os meus desafetos e propor-lhes que esqueçamos as arengas e ainda vou desejar-lhes saúde e sol.

Hoje só verei o lado bom das coisas e das pessoas e as tratarei carinhosamente, como meus irmãos e se cruzar com elas, as tratarei pelo seu nome completo com todo respeito.

Hoje farei mesuras aos humildes e darei a eles tudo que tiver ao alcance das minhas mãos. Eu que tenho covardemente adiado este gesto humanitário, hoje o farei, definitivamente.

Hoje, esquecerei o desamor da humanidade pela humanidade e acharei que todos amam todos e por isso também são amados e felizes.

Hoje vestirei uma roupa branca, a mais bonita que tiver, colocarei um chapéu também branco, finíssimo e porei um sorriso frugal e indestrutível no meu rosto.

Hoje sentarei com as crianças e contarei estórias engraçadas, instrutivas e cativantes e voarei com suas imaginações para terras longínquas, onde moram a felicidade e a inocência.

Hoje estarei aberto aos sorrisos, aos bons presságios, aos poemas, às boas maneiras e rirei sozinho e sem parar das situações bizarras e humilhantes que já vivi e que volta e meia retornam a minha mente.

Hoje, plantarei uma árvore, anonimamente. Eu sei que nunca a verei como uma árvore, mas ficará registrado no cosmo, que eu a plantei num dia de felicidade e que a mesma foi fruto deste amor nonsense que ora me contagia. Sei que todos os amores são nonsense, não é mesmo? O meu hoje, é completamente insano. Não importa que riam de mim, porque eu estarei feliz do mesmo jeito.

Não importa nada, hoje eu assumi que serei feliz e ponto final. Eu decidi e está decidido. Nada vai me demover, nada vai mudar meu intento e qualquer opinião em contrário será ignorada.

Hoje o pão que eu comer terá o gosto descrito pelas sagradas escrituras. Eu que nunca havia experimentado antes este gosto antes e também todo gesto, toda atitude que tiver, será boa e abençoada por que hoje eu me permiti ser feliz.

Por isso hoje eu não vou ler jornal, não ligarei a televisão, nem o rádio, não vou admitir que nada me influencie e também não refletirei sobre nada e andarei solto pelo mundo, como um bicho selvagem, seguro em seu território.

Porque hoje eu vou ser eu e não os pensamentos que tem me conduzido na corrente. Assim irei hastear uma bandeira da fé, da boa vontade e da esperança nas terras devolutas do meu coração e prepararei um banquete para os sentimentos de felicidade e de amor que ainda existem em mim e que sinto pelo mundo, pelas pessoas e pela vida. Assim seja!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 24/12/2007
Reeditado em 09/05/2021
Código do texto: T790623
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