" Dia chuvoso "
Em um dia chuvoso, quando o céu derrama suas lágrimas sobre a terra sedenta, encontro conforto na simplicidade das coisas. O aroma do café quentinho paira no ar, envolvendo-me como um abraço caloroso em meio à melancolia das gotas que dançam lá fora.
Com cada gole, o café sussurra segredos de lugares distantes, como se as próprias sementes tivessem absorvido os raios de sol de terras tropicais. É como viajar para além das nuvens cinzentas, explorando campos de café verdejantes sob o calor do sol.
E ao lado da xícara, repousa o cigarro, seu aroma misturando-se ao perfume do café. Não é apenas fumaça, é uma pausa, um momento efêmero de contemplação, onde o fumo dança em espirais, criando padrões misteriosos que se dissipam com a chuva lá fora.
O som suave das gotas batendo na janela torna-se uma sinfonia de outono, uma melodia para os pensamentos errantes. Enquanto o café aquece minhas mãos e o cigarro queima devagar, o mundo lá fora parece desacelerar. Cada gota de chuva é uma nota na partitura da natureza, criando uma harmonia suave que acalma a alma inquieta.
Neste encontro entre café quentinho, cigarro e chuva, encontro uma quietude que transcende o barulho do mundo lá fora. É um momento de introspecção, onde a mente vagueia pelos recantos dos pensamentos, explorando emoções e lembranças como páginas de um livro antigo.
E assim, no aconchego dessa trindade, o dia chuvoso se transforma em uma prosa poética, onde as sensações se entrelaçam e criam um universo único. É uma dança efêmera entre a água que cai do céu, o calor do café e o fumo que se dissipa, uma experiência sensorial que transforma a simplicidade do momento em algo verdadeiramente mágico.
Diego Schmidt Concado