AMOR ABSOLUTO

 

Procuro-me nos pensamentos e nos momentos inesquecíveis, no desapego, nas lembranças  onde guardo as canções de amor. No debruçar das horas, nos que vivem silenciosamente, nos que seguram o amor como poder de cura. Na tristeza adormecida nos segredos escritos nas mãos que me guardam o coração, nelas deixo muito mais do que aquilo que permito perceberem. Sei que não irei conhecer todos os mistérios que o corpo guarda, mas gosto de passear pelo desconhecido como simples técnica de voo nas curvas sensuais de um gemido. Procuro todos os dias, os que não vivi, os que não viverei. Procuro os dias de experiências desenfreadas, exasperantes e desatinadas. Procuro os dias de regresso, mesmo agora que não chego a partir. A dor era um mal a que me isentei em um nível muito íntimo e pessoal que desenha uma parcela de realidade. Encontrei-te e a minha procura adormeceu. Por agora, vivo momentos incessantes de amor, a resguardar-me nas margens das folhas onde só a felicidade me encontra. O amor sobressalta da boca letras salivadas com ternura erguidas da frágil e perene emoção. O orgulho opõe-se aos sentimentos que um dia foram únicos não dividindo o amor compartilhado. Multiplica-se e alimenta-se o bom que existe em cada um de nós. Amamos-nos...  Bem sabemos. Abraço-te assim fechando o ciclo da procura agora esta esculpido o teu corpo em mim... Sinto o deserto da vida e adormeço em teus jardins floridos! Incessantemente beijo o teu olhar refrescando o meu sorrir, teus lábios mergulham nos meus. O meu corpo desvendando a outra parte de mim! Agora somos almas em amor absoluto...