Mural da hipocrisia
Trago marcas,
Gritam as cicatrizes.
Não na pele,
E sim, na alma.
É fácil pedir calma,
Quando a tormenta -
Não se faz ameaça.
Volúvel estado transitório,
Rasga a essência.
Paralisa, descrédito,
Trás o medo.
Aniquila a prosperidade,
Infinita dualidade.
Não sou perfeita,
Humanização em falta.
Trágica inversão de valores,
No mural da hipocrisia -
Estampada estão as dores.
Horas densas, a imensidão,
O amanhecer traz a luz.
Por aí, estão os gatilhos,
Em qualquer lugar.
Por trilhos ou esquinas,
Energia pesada, rarefeito ar.
Ao anoitecer, manhã descortina,
Impossível olhar no espelho.
Enquanto, passa o tempo,
Através do descontentamento.
Nuvens poluídas, propensas,
Encobre o céu estrelado.
Quais crimes ou pecados?
Ínfima incompreensão,
Absurdo, a indignação.
À espreita os riscos,
Jogando-nos no buraco.
Vegetando, estado terminal,
A sociedade, enraizando o mal.
Surgem as ervas daninhas,
Ao abismo se caminha -
Ágeis zumbis, perde-se a linha.
Negacionistas de fato,
Emoldurado o retrato.
Numa sarjeta qualquer,
Em busca de prazer.
Cultura duvidosa, baixo calão,
Merecedor, qual a contribuição?
Seres rastejante de plantão,
Na mídia, fome por validação.
Forma de entretenimento?
Ou emburrecimento em massa?
Aglutinando a manipulação,
Ao tal governo a subordinação.
Século XXI, Santa inquisição -
Pensamentos diferentes,
Diversificando o contexto.
Desperta os incautos,
Alquimia, poder da regeneração.
Fortalece o elo de ligação,
Ao sobrenatural a conexão.
Alcançaremos a comunhão?
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