Ainda da tempo
Outro dia me peguei pensando quantas quedas tomei na vida,
Olhando o meu corpo e procurando por cicatrizes
Algumas até me arrancou saudades de minhas traquinagens
Outras me veio a vergonha,
As mais agudas talvez um pouquinho de timidez e um desconforto
De não voltar no tempo e fazer diferente
Mas o que todas elas tinham em comum é que não me machucavam mais.
Não que eu tenha vencido na vida,
Muito menos que eu fosse uma pessoa resolvida de todas elas
Mas a gente se acostuma com as dores e as flores que não foram dadas
A gente diz tudo bem para os cafés meio frio e os dias de chuva com a previsão de sol.
Mas no fundo o que importa é como a gente reage
O que eu descobrir foi que a vida não cabe na palma da mão
Não cabe num passado que julgamos errado
Ainda dá tempo de construir pontes e passar para o outro lado
De fingir que não se perdeu e tomar outros caminhos
De olhar o rio fazer a curva, porque o mar estar atrás das montanhas.