Ainda da tempo

Outro dia me peguei pensando quantas quedas tomei na vida,

Olhando o meu corpo e procurando por cicatrizes

Algumas até me arrancou saudades de minhas traquinagens

Outras me veio a vergonha,

As mais agudas talvez um pouquinho de timidez e um desconforto

De não voltar no tempo e fazer diferente

Mas o que todas elas tinham em comum é que não me machucavam mais.

Não que eu tenha vencido na vida,

Muito menos que eu fosse uma pessoa resolvida de todas elas

Mas a gente se acostuma com as dores e as flores que não foram dadas

A gente diz tudo bem para os cafés meio frio e os dias de chuva com a previsão de sol.

Mas no fundo o que importa é como a gente reage

O que eu descobrir foi que a vida não cabe na palma da mão

Não cabe num passado que julgamos errado

Ainda dá tempo de construir pontes e passar para o outro lado

De fingir que não se perdeu e tomar outros caminhos

De olhar o rio fazer a curva, porque o mar estar atrás das montanhas.

EdCsilva
Enviado por EdCsilva em 30/09/2023
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