A menina que fui...
As vezes fico a pensar no passado, na infância, e me pego a lembrar da menina que fui...Miúda, desastrada, aérea, desengonçada.
Lembrei dos sonhos que tinha, dos planos que fazia para quando fosse adulta, em como era boba e sonhadora.
Bom é que nessa época não há limites para sonhar, a gente é livre para assim desejar sem quem quiséssemos ser...
E nem poderei imaginar a mulher quer hoje sou.
Ainda bem me lembro de ficar perdida em meu silêncio e pensamentos, ora com um livro, ora com um caderno e lápis escrevendo poesias.
Achando que já sabia muito e não precisava de mais nada que não fosse me preencher de sonhos e ideias, supondo que iria realizar todas eles.
E lá nesse momento de vida, desafiando e lutando pelo que achava ser o certo, a minha verdade, não dando importância aos que os outros pensasse ou falasse de mim.
Nesse meio tempo, idealizando o que queria para mim, a qual pensava ser tudo possível e fácil. Não existia regras no meu mundo, só a liberdade de ser livre.
Nesse mesmo mundo meu, sedenta por saber de coisas as quais os adultos na época não eram muito explícitos nas explicações, me vi procurando e encontrando respostas para as dúvidas, na leitura. Livros, revistas, jornais... Eles fizeram papel de pais e professores na minha vida.
Nem tudo foi como eu achava ser, cor de rosa, e fiz muitas escolhas erradas, e o que pensei ser o que me preenchia, me deixou muitas vezes vazia...
Com tudo isso, nesse lugar onde "residi" por muito tempo, aprendi, amadureci, me tornei cada vez mais forte, esperta e sábia para enfrentar as batalhas de hoje. Mas sem nunca esquecer tudo que aprendi e vivi com "ela"...
E por mais que fisicamente e mentalmente já não somos a mesma, ainda existe muito dela em mim.