Caminhos de Devaneios e Desilusões.
Havia uma busca que me consumia, uma jornada em busca das misteriosas rosas negras. Rosas que entre seus mistérios surgem raramente e nunca no mesmo local. Caminho por devaneios e desilusões de encontrá-las. Espero encerrar essa busca em meus pensamentos, mas sempre acabo me perdendo novamente.
A cada passo em direção ao topo de cada montanha, a ânsia de encontrar essas rosas enche meu ser de delírios. Rosas que prometiam encerrar minhas longas buscas e me conceder a tão desejada paz. Entretanto, ao fim dessas exaustivas caminhadas, eu invariavelmente me via perdido, uma vez mais.
Minhas jornadas me levam por estradas que desembocam em outras estradas, e outras ainda, num ciclo aparentemente interminável de escolhas e oportunidades. Algumas estradas se estendem até horizontes distantes e reluzem como pérolas azuis, enquanto outras se tornam tortuosas, noturnas e sombrias, repletas de medos e inseguranças, envoltas em escuridão absoluta.
Em determinados trechos, deparo-me com seres incomunicáveis e indescritíveis, cujos olhos não refletem a vitalidade e cujas faces não demonstram alegria. Nessas jornadas, é como se o vento, em sua sabedoria misteriosa, escolhesse o caminho que devo seguir. Desta vez, a paisagem se transforma, com nuvens, folhas e pássaros dançando no céu como se fossem bailarinos, criando um espetáculo celeste. As folhas, entretanto, têm seu próprio ritmo, um turbilhão dançante que cessa quando tocam o solo, retornando à grande Mãe em seu eterno ciclo de vida e morte.
Meu cabelo, impulsivo, deseja unir-se a essa dança, mas não percebe sua capacidade inata de transformar o dia em noite com seus movimentos. Tudo ao meu redor mergulha na escuridão, e meus ouvidos se enchem com a melodia dos pássaros.
Ao longe, uma luz surge como um farol na escuridão, e, à medida que me aproximo, a escuridão cede terreno, dando lugar à vida que floresce e aos perfumes exalados pelas flores. A luz. Um sorriso…