Flutuar...
Queria pesar o peso de um algodão levado pelo vento.
Queria não sentir a gravidade sobre meu corpo.
Queria ouvir e não entender.
Olhar e não enxergar.
Talvez assim...
Livrar-me-ia de conceitos antigos.
De querer ser juiz de ações que não são minhas.
E principalmente das minhas.
Talvez assim...
Esqueceria o sentido da palavra traição.
E mataria a desconfiança.
Assim, toda mágoa se dissiparia.
E por um instante...
Veria o mundo com os olhos das crianças,
onde as nuvens seriam apenas
desenhos dos meus desejos no céu azul,
e o amarelo do sol seria motivo
para iluminar meu barquinho navegando
pela enxurrada sem direção.
E no amanhã seria encontrado na beira do riacho;
vencendo marolas rumo ao infinito...