CEREBRAR A POESIA...
Cativa-me a palavra despida de regras.
Nua A estigmas inventados nos engenhos do preconceito linguístico.
Língua é invenção a ser sempre reinventada.
É criação do homem-deus.
Falo-me da língua da linguagem,
Falo-te da comunicação do comunicante.
Desimporta se nascida do homem-mato,
Despreocupa se nascida do homem-cidade...
Urge que a poesia seja cerebrada na legislação da liberdade,
Perpassada pela máquina dos sentidos,
E não hibernada.
Precisa sair do chão, dos lugares, das imagens, das coisas…
Cerebrar as visões do mundo,
Transitar o cérebro e ser processada à emoção.
Cerebrar… cerebrar é palavra-luz.
Desimportam sintaxes tortas, se o que vale é criar.
É lei que poesia deve causar...
Poema sem emoção é lugar comum,
É porta, é pedra.