ANJOS SEM ASAS
A madrugada parece solitária
Como uma fumaça que passa.
O paladar na língua é convidativo
São os goles misturados as bebidas.
São as palavras atrapalhadas
Despejadas nas mesas...
Tanta confusão e pouca delicadeza!
O corpo bamboleia sobre as pernas
Bailarinos das próprias consciências,
Anjos que perderam as asas
Caídos nas ruas, becos e nas praças,
Não há olhar que deslumbram a beleza
São as princesas sem as realezas!
Como mercadorias sem valor certo
Vendem-se todos os pedaços,
Fornalha que pede mais fogo
Não há limite nesse jogo,
É um mundo semeando as sujeiras
Um poço sem eira e nem beira!
Quando o céu azul clareia
O sol bate na cara,
O mar cobre as areias
Não se lembram de mais nada,
Os pensamentos estão adormecidos,
Não há amor em meio aos gemidos
Apenas um profundo vazio...
Um vazio...