ANJOS SEM ASAS

 

A madrugada parece solitária

Como uma fumaça que passa.

O paladar na língua é convidativo

São os goles misturados as bebidas.

São as palavras atrapalhadas

Despejadas nas mesas...

Tanta confusão e pouca delicadeza!

 

O corpo bamboleia sobre as pernas

Bailarinos das próprias consciências,

Anjos que perderam as asas

Caídos nas ruas, becos e nas praças,

Não há olhar que deslumbram a beleza

São as princesas sem as realezas!

 

Como mercadorias sem valor certo

Vendem-se todos os pedaços,

Fornalha que pede mais fogo

Não há limite nesse jogo,

É um mundo semeando as sujeiras

Um poço sem eira e nem beira!

 

Quando o céu azul clareia

O sol bate na cara,

O mar cobre as areias

Não se lembram de mais nada,

Os pensamentos estão adormecidos,

Não há amor em meio aos gemidos

Apenas um profundo vazio...

Um vazio...

 

 

 

 

 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 15/09/2023
Código do texto: T7886235
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