MANCHA NA AREIA
É difícil mentir para nós mesmos
Se o coração acusa em desespero,
É uma voz que por dentro ecoa
Como um vidro que se quebra á toa.
Estilhaço desperdiçado no tempo
Como um vento que passa e voa,
É a criança desperta as escondidas
Como uma mulher de sangue quente
Nas veias!
É a aparência que desenha o caráter
O medo representa a cara feia,
Como janela descortina o seu passado
E a porta que não se abre por inteira,
São supérfluos os teus pensamentos
Com cera acumulando as sujeiras,
Despindo as atitudes emocionadas
Lançada sobre o chão mancha na areia!
Como doem as dores da alma
Geme a solidão entristecida,
Não há alegria por dentro
Sorrisos celebrando a vida.
Os olhos se desmancham em lágrimas
Quantas noites passaram vazias,
O dia invadia outro dia
Como o mar sem nostalgia!
A batalha real é contigo mesmo
Há um só vencedor e muitas feridas,
O ataque previne a defesa
Quando a flecha é certeira.
O medo é a sombra da covardia
Para fugir sem vencer a guerra,
A bandeira da paz pode ser erguida
Não importa se for na cidade ou na favela!