UM AMOR E UMA CABANA


     É normal, que ao atingirmos a idade dos nossos vinte anos, trabalhando de dia, estudando à noite, fazendo planos de vida com sucesso profissional e emocional. Imaginamos nossa casa com luxo, muito conforto,  afinal, deixamos de aproveitar passeios, cinemas, praias, tudo em função  dos estudos, depois os aperfeiçoamentos, e como recompensa, todos desejamos o melhor na vida. E, o melhor para nós  é  casa própria, muito conforto, ao chegarmos do trabalho, queremos encontrar todo o tipo de modernidade que nos facilita a vida..Por um tempo pensamos ser vencedores; e somos, claro que somos. Não é fácil  perder a visão perfeita por ter ficados anos  trabalhando , estudando à noite, entrando pela madrugada para sair-se bem em estágios. Quantos desistem no meio do caminho por não suportarem tudo isso...
     Mas nossos sonhos de recompensa com modernidades, facilidades, carro, e tudo que se vê, anunciando na televisão, nos cartazes pela rua, queremos e merecemos ter. Só esquecemos de uma coisa muito importante; a nossa felicidade, onde estará?  Nos modernismos obrigando-nos através de propagandas insinuantes pelos mestres de marketing, nos apresentando milhões de novidades todos os dias? Estará no fato de termos uma TV de 30 ou mais polegadas, com som digital, sinal digital com mais de oitenta canais a se escolher, sentados ou deitados num confortãvel sofá, e percebermos que, de repente, não gostamos de nenhum,,,mudamos de canal freneticamente e nada tem que preencha a nossa necessidade!
     Lembro de um caso de um amigo de faculdade que, ao encontrar vários anos depois; bem empregado, ganhando muito bem, confessou-me que era muito mais feliz quando só tinha um par de sapatos, e o brinquedo dele era barquinho de papel que fazia e colocava no rio que passava perto de sua casa num bairro afastado do centro.  Hoje, lembrando desse amigo, resolvi escrever sobre esse assunto...Porque o principal tópico é o amor. Entre todo o conforto, uns com carros do ano, outros mantendo bem o que tem, que pensam da mesma forma...que dariam metade da vida para voltar ao passado de lutas diárias, sem tanto modernismo dentro de casa,  mas ao chegar na casinha simples, com pouco conforto, encontraria ou ficaria a espera daquele ou daquela que realmente faz a  diferença. A pessoa certa, a quem poderiamos viver alegres, pela flores no jardim, pelos colibris , pelos pássaros cantando nas  árvores, pelo amor intenso por receber carinho de verdade, que sai de dentro do coração e nos envolve em paixão, ternura, felicidade total, enfim...
     Lembro de meu amigo, sentado comigo num banco de uma praça na cidade, contando dos sonhos realizados e esqueceu do amor. Casou com bela jovem, tinha filhos, mas um não podia  nem falar com o outro sem sair uma  discussão
     Então, fico pensando...se estudamos tanto, se nos aperfeiçoamos em algum tema, porque não existe nas escolas, uma matéria que nos ensine, além de conteúdos  culturais, experiência para saber escolher nossa vida, como escolhemos a profissão.
     Talvez, meu amigo estivesse agora, feliz da vida, ensinando seu filho a fazer os barquinhos de papel, ao lado de uma mulher que o amasse e ao vê-lo, abrisse os braços e um imenso sorriso por, após mais de 30 anos de casados, ainda o amasse do mesmo jeito que quando o conheceu, ou até mais, pois além do amor, com a convivênvia, viria a amizade profunda, aumentaria o carinhos entre os dois por terem conseguido formar uma familia feliz.
     Tem quem ache tudo isso um romantismo infantil, um adolescência que não ficou no passado, uma imaturidade; que seja.  Só gostaria de saber quem se sente feliz sem se sentir amado, querido, desejado, com prazer de voltar para casa, para os braços de alguém especial...
     Será que o fútil não está na demonstração de posses,
mas ao deitar para dormir, se é que consegue,  sentir-se a   mais solitária das pessoas, porque a única coisa que tem para abraçar é apenas o travesseiro.
naja
Enviado por naja em 22/12/2007
Código do texto: T788374