LOBISOMEM LOUCO TODO MUNDO É UM POUCO (prosa poética)
Adorador do apotegmatismo eu ouso a dizer que loucura própria, deuses ímpares e loucos amigos cada um tem os seus frenéticos ilógicos.
Eu tenho um amigo louco que além de louco bebe um pouco. Adoro-o louco tanto quanto das suas doses e que por causa delas bebo feito um avariado das ideias. Juntos fazemos artes das próprias loucuras nas cheias luas das sextas-feiras. Para as luas, o amigo com a viola grita acordes e eu, com os meus versos livres, tenho-lhe gritos-versos.
Ele, por causa das saudades, viola e lua engole em talagadas e eu com medo, da loucura dele, para me encorajar bebo às afogadas.
E assim é que, como lobisomens uivantes, pelas luas cheias gritamos nossos acordes e versos às noites estreladas etilicamente orvalhadas.
E, vejam só, o mais importante é que a psiquiatra dele é a minha, também. E quando é convidada comparece, pelas sextas, feita lobisonema com os seus próprios copos, acordes e versos.
Ela, a doutora que adora conosco ficar sussurrou para nós e à lua, se pode convidar aos próximos encontros a sua própria psiquiatra doidinha; também?