Prova

Sou posto à prova constantemente pelos chatos acontecimentos da vida. O meu espírito resguarda um monge do Tibete esperando o seu nirvana. Sinto as pessoas ao redor como torvelinhos de lama, submetidas única e exclusivamente a puxar-me a elas. Eu deveria participar da cristandade, porque demônios dantescos fitam-me com seus olhos fantasmagóricos, e eu, como diplomata soberano, os respeito. Trato com educação seres irracionais: sem pestanejo algum atacam-me com violências sem medidas. Palavras, gestos e sabotagens me são amiúdes no cotidiano. Ora, se as provas diárias da minha resiliência e cólera interior de não revidar são inúteis, eu quero morrer nessa inutilidade. Não me sinto superior a elas, mas consciente, a consciência da branda morte da consciência limpa a qual terei. Considero-os ignorantes e minha faina cármica é a tolerância transcendental.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 09/09/2023
Código do texto: T7881526
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