Meu amigo do asteróide 5.716
Eu imagino que seja este o número do seu asteróide.
Ele, como certo príncipe, de outro asteróide, não responde perguntas.
Assim, vi-me na condição de advinha, coisa de que não gosto e nem acredito.
O simpático morador do asteróide citado chegou com a noite, mas seu riso é iluminado como o dia.
Ele não procura um rosa caprichosa e única no mundo, procura, isto sim, uma musa.
Aparentemente nenhuma ameaça paira sobre seu asteróide, pelo menos ele não deixou transparecer nenhuma preocupação nesse sentido.
Também não encontrou nenhuma raposinha gulosa por galinhas, mas encontrou um contador de estrelas.
O morador do asteróide 5.716, vive num estado banhado pelo mar, num lugar perdido no imenso mapa deste planeta montanhoso.
Deduz-se, por seus poemas, que ele está apaixonado. Talvez seu romance esteja em crise, tomara que não. O fato é que uma trova esquecida e que quase passa despercebida, assinala sua busca por uma musa.
Ser musa é algo tremendo, implica na criação de laços, coisa complicada, principalmente quando já se é musa de outro poeta. Desconheço a duplicidade de função das musas.
Ao morador do asteróide 5.716, dedico esta prosa. Que você possa encontrar sua verdadeira musa, aquela que o guiará numa viagem linda, na cauda de um cometa, ao país dos sonhos, de onde nenhum viajante quer voltar.
Boa noite, adorável morador do asteróide 5.716.
(Texto inspirado no romance de Antoine de Saint-Exupéry
(Hull de La Fuente)