Champagne
Tô cheirando a essa imunda maravilha carregada de bares e ruas perdidas em noites de luxúria,
Tô dentro dessa pálida champagne, dessa seda de bordel com espelhos no teto,
Aguardei estremecido a voz da razão, arrastando vacilações e amores que duraram um minuto,
Nessa noite gelada te dizia um te amo enquanto segurava teus pálidos seios entre minhas mãos,
E nessa irremediável historia de vacilos cabe uma piedade que pede clemência num devaneio de insônias,
Tô nessa insensatez de pasos inconstantes, de esperanças que demoram a chegar, de outras vidas que inventei, de ilusões sem magia,
Tô cheirando a outros carnavais...