Junto  tudo - a casa, os moveis,

os seres anjos que aqui vivem.

A máquina de costura, os quadros,

o limoeiro esbanjando  amor pela vidraça.

A xícara de chá, a caneca de aveia,

as arvores no espelho das janelas,

tudo é uma realidade revelada

sob meus olhos - fracassada alma em sofrimento -

tentando renascer nas cores da azaleia,

se re-educar, não ser mais assim cinza 

e sem significado - assim um vitral quebrado -

nesse templo ficticio da palavra amarga.

Quero voar uma plenitude e

o frio e a chuva inundam as ruas

desta matéria de que sou feita.

Acolhem-me os braços da lembranças

onde repouso a cabeça

fixando uns olhos de mar

que nao desejam - nunca! - apagar

as chamas da esperança.

 

 

 

 

 

 

 

 

(Direitos Autorais Reservados).

 

 

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 30/08/2023
Reeditado em 30/08/2023
Código do texto: T7873915
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