Reflexões
Não sei o que sou! Só sei que não queria ser isso que transborda, que se repete, que me angustia. Queria ser mais, mais que um amor passageiro, mais que um espasmo, mais que um entre tantos. Queria ser uma transformação dos hábitos que habito. Nem um pouco dessas coisas repetitivas no cotidiano das pessoas. Não creio que a gente nasça para ser só isso! Essas repetições!
Cada dia vejo as mesmas paisagens, os mesmos gestos, a mesmas buscas: esses amores repetitivos. Nem sei se são amores!
Algumas vezes reclamo das ausências que sinto, dessas perturbações imprecisas, desse não pertencimento, dessas emoções silenciosas que inundam o meu quarto, o meu ser! Não vejo saída, nem consolo. Só a fragilidade que o mundo, ao meu redor, me propõe. Só artificialidade. Será isso vida? Esse amontoado de objetos numa casa, essas roupas inundando o meu quarto, essa frieza nesses amores insanos, essa dissonância cognitiva.
Necessito de carinhos mais demorados! Menos flagelos, menos tempestades, menos arrependimentos!
São tantas imagens confusão inundando as minhas reflexões. Muitas vezes me deparo com meus medos e inquietações. Sei que é difícil alçar voos, quando ressoa em mim estilhaços emocionais nos balanços da minha vida, nessa silenciosa cumplicidade entre mim e meus pequenos cacos. Também sei que o passado não se apaga: acumula-se em sombras e ressentimentos!