C O X I P Ó

 

Eu preciso saber o que fazer com meu CORAÇÃO

Ele não se cansa de tanto te AMAR por nenhum instante

 

Quando criei o universo por um instante a tive em meus abraços e junto de meu coração

Mas quando soltei de meus pulmões o sopro da vida

Este insensato vento peregrino te levou para tão longe de mim

 

Atordoado e desesperado desci de meu trono

Em minha casa visitei todas as moradas

Na louca ânsia de te encontrar

 

Alucinado e tanto louco em cada morada que entrava

Encontrava uma rainha que pensava que era ti

E como retribuição a minha repentina paixão, elas juravam amor eterno a mim

E eu as amava de olhos fechados sonhando contigo

 

Mas sempre me perguntando quanto iria te-la novamente junto ao meu corpo

Em silêncio e amargurado, pedia a meu pai: ORAI POR MIM

Pois estou a duvidar e questionar a minha FÉ, prestes a cometer o pecado de sacar-me a VIDA

Caso não a encontre quando chegar na última MORADA

 

E certo dia passando por COXIPÓ

Entrei em tua casa meu PAI e te pedi a BENÇÃO

Você como PAI avistou m'alma através dos meus OLHOS

Maltratada, fustigada e sedenta de ódio

 

Então abraçou-me, enxugou meus prantos, calou meu soluçar e disse

Varzea Grande está logo ali, e lá ela está sem saber a te esperar

Mas me prometa, que quando a encontrar, não a deixe mais sofrer

E que sob o mais lindo manto das estrelas, que esta noite darei a vocês de presente

Pelas nupcias que desde a criação do universo a humanidade espera

 

Ame-a intensamente para a NOSSA SALVAÇÃO