Um Pouco Fraco
O que me resta além de me sentir um pouco fraco?
Vender meu tempo por papel, concreto e aço.
Te olhar com olhos que só enxergam o estilhaço
daquilo que sempre foi incompleto e opaco.
O que faço eu com os ruídos da minha mágoa?
Não há ninguém que possa ouví-los além de mim.
Ensurdecido, escorrego e afogo-me: não em água,
mas na memória irriquieta daquilo que desavim.
Com quais ferramentas devo eu construir a vida
se não com as que foram utilizadas em sua demolição?
Apenas me apontem qualquer caminho de ida
e o seguirei, para afrouxar as cordas no meu coração.