Palco da Criação

Nas profundezas da primitiva escuridão

Onde a luz não ousava dançar

Um manto de mistério e silêncio reinava

E estrelas ainda por nascer ansiavam brilhar

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Um ébano profundo, como tinta no pincel do universo

Traçava contornos em sombras abstratas

Um quadro de possibilidades sem fim

Onde o desconhecido tecia suas tramas

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No útero da noite, segredos entrelaçados

Galáxias em formação, nebulosas dançantes

Onde a matéria nascia de fogueiras estelares

E a vida aguardava, sem pressa, sua chance

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E sob essa abóbada do desconhecido

Cada estrela era um verso de poesia

Esculpindo histórias com luz e calor

Em um espetáculo cósmico de pura magia

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Então, a escuridão primitiva não era vazia

Ela era a tela em branco do tempo e espaço

O palco onde a criação ensaiava seu enredo

Em um épico cósmico, cheio de graça e abraço

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Assim, a escuridão primitiva nos recorda

Que mesmo nas sombras, há beleza a encontrar

Pois toda jornada começa na escuridão

E dela emergimos, para a luz, para voar

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MMXXIII