Primeiro (ou o último) conto poético: e o tempo começou a correr mais depressa

Ainda mais??

Porca miséria!!

Já não tinha tempo para o tempo que tinha antes

Agora, não tenho nem pra mim

Que pesadelo é esse que é o sonho da vida

Eu, que já estava me acostumando com a correria de antigamente

E já se passaram duas semanas

O tempo corre tanto que até tropeça

E eu rio

Como um rio temporário

De deserto

Da realidade desoladora

Sigo no fôlego dos segundos

Alguém diz ao senhor Tempo que não tenho tempo nem paciência pra sua crueldade abjeta

Não me rouba o pouco que eu tenho é que tudo pra mim

Seu miserável!!

E os dias não tinham mais 24 mas 18 horas

Para alegria dos machos de inteligência limitada

Então, começaram a dizer que viadagem não é natural

Mas nem os relógios

Culparam os cientistas!!

Que bom que não era um planeta grande e melancólico

É uma boa nova não morrermos nas mãos de um Lars Von Trier...

Nem tempo para a tristeza estamos tendo

Que o tempo só quer os nossos presentes

Que abrimos e fechamos

Quando mal os percebemos

Abertos ou abridos

Não nos importamos mais para os erros de português

A vida é um erro mesmo

Mas um erro que o mais certo a gente tenta fazer