Café em cama de estrelas.

Te levantei. Eram demais vaga-lumes para não te chamar. Você deitava em nossa cama, com a presença universal de um deus. Uma deusa. Uma constelação de leão espalhada pela nossa casa . Seus cabelos se encontravam acamados na cama, através dos travesseiros, encobertos pelos cobertores e de molho em minha barba. Sua presença era uma chama, uma fogueira em que seus olhos e línguas de fogo, as sombras de suas sobrancelhas e as estrelas do seu sorriso me intimavam. O amor é quente como café fresco; família é alma. E o seu corpo, o relevo do meu país.

Os vaga-lumes vagavam. O escuro da noite, envergonhado diante do escuro da sua pele. Os brilhos, abdômen-lúmen, ofuscados pelo seu eu-luz. Você era minha lâmpada, meu farol, meu led, meu líder, minha lucidez.

O céu, constrangido, se abriu para o nosso abraço. E me afundei nos seus cabelos, na matéria escura do meu sistema solar. Minha galáxia. Meu universo, meu uni-avesso.

Toquei sua pele, e era a minha. Descansei, na certeza que compartilhávamos o mesmo sol. O amor é uma estrela. Sol, lar. O amor tem nome e sobrenome, e mora na minha casa, no meu corpo. O amor tem seus olhos, tem seu gosto. Seu amor é meu café de amanhã.

Gustavo Alvaro
Enviado por Gustavo Alvaro em 16/08/2023
Código do texto: T7863162
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