15 MINUTOS
Naquele dia pedi mais quinze minutos
E justo logo para o meu despertador
Que inconteste me atendeu de pronto
A me conceder alguns minutos de sono
Mesmo sabendo do nosso compromisso
Eu acordei. Sem saber que não me esperou
Foi comprar o pão. E estava pronto o café
Mas da calçada... Não foi muito adiante
O coração que era enfermo
Foi em busca do seu remanso
E a sua face retratava o desespero
Enquanto o aparavam no colo
Debrucei sobre o teu corpo
Na esperança de te ver acordar
Enquanto seus olhos, castanhos, sem brilho
E o seu olhar era de pesar...
A despedida não se deu com um abraço
E nem o telefone tocou por notícias
A saber se tinha chegado bem em casa
Eu pedi quinze minutos
E perdi quinze minutos...
E eu nunca entendi o porquê
Da necessidade daqueles quinze minutos
Se não era meu corpo que estava cansado
Entretanto o tempo distava arredio
Onde apesar da diferença de idade
Éramos amigos!
Chorei sem vaidade
E ainda não conciliei-me comigo
Onde o relógio
Não é mais o mesmo
Mas sete e quarenta cinco ainda marca
Perdoa-me Deus por exortar a tristeza
Neste dia que remete a alegria
Porém não nos sentamos mais a mesa
E o café ficou frio.