Cores de dentro
O feitiço das cores perfura a quintessência do mundo. A verdade numa asa voa aos rochedos do horizonte claro. Seremos eternamente elucubrados enquanto enfeitarmos nossas vidas. Especialmente em tom arco-íris, o tom justo das roseiras belas. Minha bruxaria é a egrégora da realidade. Sou um sujeito das margens reais, e o centro, agora contaminado pelo negrume da sombra.
''Quem és tu?'' é a sentença avistada no espelho. Quem sabe quem é quem? Haveria de ser eu, mas não é. Sou eu, mas quero e não sou. O clone de coisas ocultas, as coisas nas quais regurgitaria ao falar, depende dos escuros açoites do espírito real.
Meus olhos estão cerrados ao chão refletindo tudo, mas quase sonegados aos meandros do nada. Os cílios beijam minhas lágrimas de alvuras cinzas. Os pequenos cílios estão cegos de ver isso, mas veem mais que todos. Pergunto-me: ''hei de ver esta cena se repetir?'' e lá, no futuro, repetirei a minha punição amaldiçoada.