O que de melhor há
Eu fui uma menina sorridente, que sorria com o olhar e tinha o próprio sol nos olhos.
Eu fui uma garota saltitante, que pulava de alegria imaginando o futuro à sua frente.
Eu fui uma adolescente engraçada, que amava fazer todos à sua volta ter dor de barriga de tanto rir.
Fui uma jovem sonhadora, imaginava que o mundo poderia ser arrumado, que viveria um conto de fadas.
A criança sorridente era deixada de lado, não tinha um abraço para servir de amparo, virou adulta cedo.
A garota saltitante cresceu ouvindo que não seria ninguém, que a vida não era fácil, que ser adulto era difícil.
A adolescente engraçada foi censurada, não devia ser palhaça e achar que tudo tinha graça.
A jovem sonhadora viu a cada dia que o mundo não pode ser arrumado, não enquanto as pessoas não arrumarem a si mesmas. Não viveu o conto de fadas que tanto sonhou.
Hoje, adulta, olha para tudo à sua volta, tentando recuperar o que de melhor teve em cada fase da sua vida, mas preservando o que aprendeu em todos esses anos. Não pode deixar que ninguém mate o que de melhor há em si.