MARCAS DA NOITE PELO VERBO AMAR (prosa poética)
No quarto os desalinhos momentâneos, cantigas soltas de sussurros pelas juras verdadeiras, espectros de gemidos, lençóis marcados pelas silhuetas dos corpos rolados.
Aos amores vividos e versados, uma oração deve existir: que os amantes criem orações, às orações arrumem sujeitos, que sujeitos conjungem os verbos. Pois, eis que eu e ela conjugamos o verbo amar.
É que juntos...
Recriamos amores noites e noites, compomos melodias intermináveis, perfeitas, rimosas, secretas em nossas orações eternizando poemas — calando o Universo — conjugando felizes assim que chegam as estrelas:
— A nossa regra gramatical ao nosso amor verdadeiro é: “A quem tu amas? Amo a ti, responde-me ela!”.
Enquanto...
“A quem eu amo? amo alguém? Sim, e é a ti! Declaro-me.”.
Assim, eu e ela conjugamos o verbo Amar: dias assim e todos os outros, também. O que sobra na oração, por sermos os sujeitos-amantes, são as alegrias intermináveis como complementos nominais preciosos.