SOLIDÃO ÓRFÃ
SOLIDÃO ÓRFÃ
O convívio com os nomes da solidão cega circula ante o tornar do possuir, que floresce nos caminhos da velhice.
A mendiga obstinação foge das palavras, sinalizando os eufemismos do tudo.
O hoje, como um lugar comum, apoia o beber.
A sede breve da voz diz do engolir comunicativo.
O querer fica no enterro, encostado à respiração larga dos arranjos frutíferos.
O ainda assusta o sempre, dado às deficiências dos toques.
O reclamar iluminado da língua enobrece os instintos.
Aproximações submergem nos olhares altos das redomas étnicas e públicas.
O jamais se perde da luz andante e elevada.
O pouso sobe pelo egoísmo de uma escuta esfumada em retratos.
As pendências enfrentam o exterior com os esconderijos do aportar.
As vitrines escrevem a noite das orfandades pessoais.
As substituições especificam o sustento do apenas paradisíaco e universal.
Sofia Meireles.