SOLIDÃO ÓRFÃ

SOLIDÃO ÓRFÃ

O convívio com os nomes da solidão cega circula ante o tornar do possuir, que floresce nos caminhos da velhice.

A mendiga obstinação foge das palavras, sinalizando os eufemismos do tudo.

O hoje, como um lugar comum, apoia o beber.

A sede breve da voz diz do engolir comunicativo.

O querer fica no enterro, encostado à respiração larga dos arranjos frutíferos.

O ainda assusta o sempre, dado às deficiências dos toques.

O reclamar iluminado da língua enobrece os instintos.

Aproximações submergem nos olhares altos das redomas étnicas e públicas.

O jamais se perde da luz andante e elevada.

O pouso sobe pelo egoísmo de uma escuta esfumada em retratos.

As pendências enfrentam o exterior com os esconderijos do aportar.

As vitrines escrevem a noite das orfandades pessoais.

As substituições especificam o sustento do apenas paradisíaco e universal.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 01/08/2023
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