Dual

Lágrimas riscaram minha face

Molharam meu leito

Choveu forte esta noite

Lampejos d'alma

Trovoada enfadonha

Mal pude pregar meus olhos...

Diálogos noturnos

Com minha irremediável insônia

Advinda da intrínseca melancolia

Impotente, sem relutar

Encolhi-me!...

Em minha própria caverna

Em esperas algozes

Que mal sentir passar

Entretanto, prolongaram o meu martírio

Ensejei o sol raiar...

Raiou o dia...

Luz irradiante adentrou meu quarto

Deixou tudo altamente evidenciado

Expôs meu rosto desfigurado

Adulterado pelo terror noturno

Sucumbiu o medo e as incertezas

Secou qualquer gota de tristeza

Aqueceu minha tez

Absorta de frios sentimentos

Abri arestas da persiana

Deixei a brisa suave e aromática

Refrescar-me por inteira

Dissipou algumas nuvens

Que ainda pairavam sob minha cabeça

Inebriada com a magnitude

Que minhas íris capturaram

Seduzida pelos cantos dos pássaros

Abri as janelas!

Arejei cada cômodo do meu SER...

Então o edifício do meu eu

Outrora abalado

Mal estruturado

Prestes a findar em escombros

Enfim se fortaleceu!

Alicerçado de Esperança

Trouxe-me bonança

Para dias vindouros

Oscilações existenciais

Testando-me mais uma vez

Provações a me apavorar

Para só depois me aprovar

Qualquer resquício de nada, se torna tudo se eu o agigantar!

Preferi mitigar!

Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 24/07/2023
Código do texto: T7844826
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