AO APAGAR DA LUA (prosa poética)
I-
Entardecer...
Chega a hora de trancar o luar pelo lado de fora, deixando apenas o seu lume a se invadir pelas frestas da cortina, acompanhada dos flashes saltitantes das estrelas, naquela hora de deitar a cabeça sobre almofadas de meditações, sobre recordações já vividas em iguais noites ou em frustrações conscientes por não ter feito, hoje, tudo visando alcançar realizações idealizadas.
II-
O anoitecer...
É a hora de gritar agradecimentos pelo teto sagrado que bem esconde a noite e me protege, expulsando meus medos do mundo louco, sem se esquecer de desejar que todo os habitantes estejam na mesma condição, mas de lembrar que, dolorosamente, outros tantos se recolheram em abrigos, além, de não se deixar enganar que bem sei a verdade que milhares fazem do luar e estrelas o seu teto.
É a vida...
III-
Adormecer...
É para alcançar o conforto, físico, mental e sentimental.
Que eu apague a luz no meu quarto se sentido agradecido; que alguém apague a luz no abrigo para esconderem a vergonha deles mendigarem por cama e sopa.
Que os moradores de rua antes do seu sono sagrado, sentindo apenas a brisa e sonhos inalcançáveis; apaguem a Lua para enaltecer na escuridão do Céu os seus restos de esperanças.