Castelos de areia

Bastou um vento forte,

que vi meu reino cair

sem esforço algum, desmoronar...

Eu que pensava estarmos nós dois em torre forte,

e para meu engano era um castelo de areia

Inocente no amor, me achava amparada,

mas para meu pavor, bastou um vento forte

pra tudo agora ser uma pilha de nada,

resta agora apenas a saudade, não de momentos vividos, não houve tempo pra isso,

apenas sonhos que seriam possíveis, apenas utopias, devaneios do que seria...

Restam agora pedaços,

grãos de areia espalhados pelo chão da desilusão

Vislumbro um rosto, uma imagem petrificada,

um pensamento ao vento, lembranças,

versos fora de compasso,

e na boca o gosto amargo, o choro abafado, o riso adiado de uma quase alegria que poderia existir,

O que agora existe são apenas escombros, e eu aqui caminhando por sobre eles na vã esperança de ver o amor ressurgir...se é que houve amor, devaneios da alma, a imaginar uma torre inabalável

e não apenas castelos de areia, esvaindo pelas mãos ou pela intensidade das ondas das ilusões.