Brumas
Seu sorriso é como um amanhecer
Após uma noite de chuvas
A beleza dela mais parece
Uma deusa grega jovem de passagem
Se os fios dos seus cabelos voam ao vento
É porque ele não se contentou
Com aquilo que ele sentiu
Brumas vão e voltam
Todas as vezes naquele mesmo horário
São seus olhos que falam as mãos
Tudo o que elas devem fazer
Seus olhos são bonitos
E bonitos são os seus olhos
Se ela reflete os quatro fazeres da lua,
E daí que há tantos eclipses?
Sua quietude não é maior
Que o poder de sua criação
E ainda assim, de um jeito seu
Entre brumas, névoas e nevoeiros,
Ela reflete as quatro fazes da lua.
Entre fios e tecidos, agulhas
Tesouras
A primeira vez que a vi
Eu logo percebi
Que ela sorri com olhos
E aqueles que sorriem com olhos
Sabem falar com o coração
Sua calma no pensar
Seus conselhos disfarçados
Seus cabelos trançados
Brumas ventam aos olhos
Imagens e lembranças
Os ventos brumam.