O Ontem do Último Tempo
Estava lá
Mumificada, junto aos outros.
Eu, não estava lá
Atada em forma de trança, dos pés à cabeça, com a placa PARE na frente
Cidade dos pés juntos.Numa postura que indicava expressar a aceitação no reino dos mortos.
Pareada com a vida adjacente.
Vivia logo atrás do Sol nascente
Meus lábios, celados com a cera quente, preparada para não dar erro.
Nos olhos, produto do mesmo preparo, que cerrava a ótica do olhar voltado para o poente, Mundo Dourado de onde vim.
Como pote de mel que é quebrado.
De mim, derrama o dom da vida, em meio as ataduras desfeitas, rasgadas, por entre as tiras, areia e sujeira, a pedaços da cola endurecida.
O Sol Nascente mina de dentro.
Clareando tudo que vem pela frente.