Entre o concreto e o virtual...
Entre as frestas das arvores a luz...
Chuva de partículas coloridas coroando o pequeno paraíso.
Canções de ninar e lendas a cada ruído, ouvido.
Ah! Magia...
No meio de um barranco uma toca. Será de onça?
Entro e me enrolo como um feto.
Medo. Coragem. Nada disso importa.
É um descanso: quem sabe uma prévia da morte.
Uma linda cabocla aparece.
Deita comigo e me aquece.
Toco seus cabelos negros e seus lábios carnudos.
Iguais às frutas desta floresta.
Acordamos, e de mãos dadas saímos correndo.
Nus, assim como a cachoeira, mergulhamos na água gelada.
Amor e alegria respingam nossas almas.
O êxtase em todas as suas formas envolve nossa pequena existência.
Colisão entre o trem bala e a Maria Fumaça.
O tremor remexeu a terra pelas raízes.
A toca arrebentada me cospe para longe.
Pânico e dúvida! Será que eu e o bosque somos virtuais.
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