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Uma mulher solitária, sentada num banquinho branco, sem muita fé.

Numa casa pequena, sem pintura, cheia de frestas e de chão batido

Olhava os raios de sol que adentravam pelos buracos até já meio esmorecidos

Serenamente, ela saboreava com sua caneca na mão, um forte e delicioso café.

 

A vizinha que morava ao lado, sentindo o cheiro, entrou esbaforida e sem bater.

E muito menos sem pedir licença para a mulher, foi logo pedindo tudo emprestado.

O pó, coador, xícaras... dizendo: - vou receber uma amiga, preciso fazer um agrado.

Por favor, desejo fazer um café cheiroso como o seu! Quero ofertar para agradecer.

 

A mulher, sem nada perguntar para a outra, calmamente, o empréstimo concedeu.

Percebeu o desespero da vizinha que tinha menos que ela pelos percalços que passou.

Sentiu que ela só queria ser amada pela amiga, e mesmo sem ter nada para oferecer,

Tudo fez para alguém que antes lhe agradou.

Com o passar do tempo tudo devolveu, tratando-a mais cordialmente e não mais a ofendeu.

 

 

 

 

Texto e imagem: Miriam Carmignan

Prosa poética

 

 

 

 

 

 

Miriamcarmignan
Enviado por Miriamcarmignan em 07/07/2023
Reeditado em 07/07/2023
Código do texto: T7831568
Classificação de conteúdo: seguro