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Uma mulher solitária, sentada num banquinho branco, sem muita fé.
Numa casa pequena, sem pintura, cheia de frestas e de chão batido
Olhava os raios de sol que adentravam pelos buracos até já meio esmorecidos
Serenamente, ela saboreava com sua caneca na mão, um forte e delicioso café.
A vizinha que morava ao lado, sentindo o cheiro, entrou esbaforida e sem bater.
E muito menos sem pedir licença para a mulher, foi logo pedindo tudo emprestado.
O pó, coador, xícaras... dizendo: - vou receber uma amiga, preciso fazer um agrado.
Por favor, desejo fazer um café cheiroso como o seu! Quero ofertar para agradecer.
A mulher, sem nada perguntar para a outra, calmamente, o empréstimo concedeu.
Percebeu o desespero da vizinha que tinha menos que ela pelos percalços que passou.
Sentiu que ela só queria ser amada pela amiga, e mesmo sem ter nada para oferecer,
Tudo fez para alguém que antes lhe agradou.
Com o passar do tempo tudo devolveu, tratando-a mais cordialmente e não mais a ofendeu.
Texto e imagem: Miriam Carmignan
Prosa poética