MÃES E LUZ (crônica)
Faça a luz; e a luz se fez?? Não foi bem assim...
Vou contar-lhes uma história. A verdadeira história de como surgiu a Mãe. É verdadeira a premissa, afinal, que o escritor não mente, apenas se inspira.
No dia dezoito de agosto de mil novecentos e cinquenta e dois, exatamente às cinco horas da manhã, um médico, idiotamente, deu três palmadas na minha bunda e despertou o berro do mais recente leonino. Assim que viu a besteira que fez, livrou-se de mim: Entregou-me ao Ser mais perfeito do Universo, criadora perfeita como o Criador, que me envolveu em seu abraço ofertando-me amor e alimento quando mais eu precisava. Essa história aconteceu para muitos antes do meu nascimento e para outros bilhões de muitos depois de mim: Será assim até o final dos tempos.
Um dia, porém, trilhões de anos antes de mim, antes da existência de calendários, logo após os primeiros sete dias do Universo, dizem que Deus balbuciou com a força de trovões inimagináveis a frase — “Faça a Luz” — e que a Luz se fez. E, para o escritor, como foi que realmente aconteceu?
Na verdade, Deus no sétimo dia pensando em descansar, ficou inquieto, pois já tinha criado a inquietude, e sentia que a sua obra ainda estava imperfeita. Revisou toda a sua criação e não encontrava o que mais de perfeito poderia ser criado. Até no homem viu a sua plena perfeição, que nada mais precisava nele criar a não ser que na invenção do calendário, tinha de não se esquecer que colocar um dia festivo somente para eles. “Se já criei o homem, o que mais precisa ser perfeito” pensava.
Todavia, ao revisar a sua criação Mulher encontrou a solução...
Foi então que, sentindo a necessidade da existência do suprassumo da sua própria Perfeição, aí sim, Ele gritou ao infinito:
— “Faça-se a Mãe”
E a Mãe se fez como a mais intensa Luz.