DESABAFO

 

Se por acaso me vires por aí.

 

Então faz de conta que não me descobres entre a multidão que conheces, fala sozinha e diz que me esquece quando eu passo em tons de silêncio. Olha para mim mas não sinta remorso enquanto as gotas rolam na face, finge que és tu que moras agora bem longe de onde eu vivo. Se por acaso a vontade for tanta que não consiga mais ver-me, tapa a tua face com as mãos e vai ver que o que parece não é, é muito simples querer a partida fácil é não concretizá-la mas nos meus olhos já soa à ventania e ao gelo desta longitude. Apaga a fogueira deste sentimento, finge que estou longe de ti, então faz parecer que o céu mudo já fala para ti. São lágrimas que caem em mim mas é melhor assim, para ti, para ambos, se o sorriso gemer de dor conta anedotas para ti mesma, depois finge que és atriz e não demores a inventar um novo papel, rói o mundo que era nosso e a esperança que ainda te aquece o corpo. Sabe apenas que ainda penso em ti apesar de te querer mesmo que estas longe de mim. O futuro é incerto, mas o destino nos uniu... Tive a oportunidade de estar a teu lado neste momento tão importante na tua vida e ver-te nos meus olhos a sorrir como duas castanhas de Outono. Eu não sei como resisti à breve mas pausada vontade de te abraçar naquele momento. O silêncio nunca incomoda... Durante a viagem de cá para lá e de lá para cá, envio-te beijos porque  hoje o dia é teu, a noite é tua, o mundo é teu e se para mim o teu poema é verde e tu achas que ele era azul melhor porque assim fica com duas cores diferentes! Meu amor por ti a minha única certeza  que ambos fazemos parte do mesmo diário...