A travessia
Como um rastro uma incólume sombra despontou no horizonte
Fugaz e languida cortou o Tempo em direçoes esparsas
Moveu-se torpe por entre os dias, sorrateira
Misandrica e antropofagica surgiu confusa
Para anunciar coisas atavicas com profundidade alienada
Falava mil coisas de uma só vez sem pausas
Cansado em sua verborragia, distinguia eventos
Proferia uma semantica absurda bebada
Degradada e sem direção vagava sem um porque
Arauto de um novo tempo sem tramelas
Condensou na sua aquarela cinza um mantra
Um recorte de imagens gázeas que tangia a realidade
Por onde andou sem direção entre os momentos?
Não havia propósito, tratou de criar os seus
Agora so resta o cansaço
Da travessia.