A travessia

Como um rastro uma incólume sombra despontou no horizonte

Fugaz e languida cortou o Tempo em direçoes esparsas

Moveu-se torpe por entre os dias, sorrateira

Misandrica e antropofagica surgiu confusa

Para anunciar coisas atavicas com profundidade alienada

Falava mil coisas de uma só vez sem pausas

Cansado em sua verborragia, distinguia eventos

Proferia uma semantica absurda bebada

Degradada e sem direção vagava sem um porque

Arauto de um novo tempo sem tramelas

Condensou na sua aquarela cinza um mantra

Um recorte de imagens gázeas que tangia a realidade

Por onde andou sem direção entre os momentos?

Não havia propósito, tratou de criar os seus

Agora so resta o cansaço

Da travessia.

Luiz Revell
Enviado por Luiz Revell em 05/07/2023
Código do texto: T7830165
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