O depósito de livros
Quem mora ali?
É um depósito?
É uma casa?
Quem mora ali são as letras que vivem escondidas entre as linhas, nas entrelinhas.
Ali mora Machado de Assis, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Bruno Black, Ed Ramos, Paula Duque, Lilian Ribeiro, Vinícius Miranda, Anastácia Santana, Lima Barreto, Fernando Pessoa, Carlos Drumond de Andrade e tantos outros autores que nos dão conhecimento.
Ali é como um labirinto, ali eu sinto vontade de repetir o prato das poesias que devorei. Ali eu tenho paz e felicidade, pois nada é capaz de tirar a minha concentração quando a prioridade é a minha emoção. Ali eu converso com os personagens a entrar no mundo da fantasia.
Imagine você dialogar com Harry Potter e lhe perguntar: -Qual a magia da sua bruxaria?
Ao Sargento Garcia:
- Quando é que vai prender o Zorro.
Ao menino do dedo verde:
Qual é o seu segredo?
Ao poemas podemos perguntar:
- É necessário rimar ou posso escrever versos livres? Pois vejo que alguns de vocês são tão incríveis que combinam as palavras com o nosso sentimento apenas.
Aos romances, reclamar: tive paciência, mas eu não esperava esse final.
Aos contos: foi tão rápida e interessante a narrativa, tem gosto de quero mais.
E o rap do Batan, do Fumacê (Caixotinho), Espinha, Batanzinho, esse texto sim é repleto de rima, pois conta as histórias da esquina da sociedade e fala a verdade sobre as nossas memórias.
Enfim, ali mora o livro:
Ler um livro
É como descascar a árvore do conhecimento
Que observa o mundo
E o folheia
É descascar-se das caracas
Que te encrua
É às vezes sentir a catarse
Que acrisola tua alma
É viajar para o que não deveras
Que te fantasia
Ou se surpreender
Com o que estava oculto
É parar o tempo a uma lauda marcar
É mudar de rumo
É imaginar um fim
É se encher de voz
Ali cabem as meninas sonhadoras, cabem os professores, as professoras, o aluno CDF, cabem o muleques serelepes, siga a seta, ali é um depósito de livros, ali é a casa do poeta, ali é a Biblioteca.