Autossabotagem

Muitas noites saio andando pelas ruas

E aprecio as casas do lugar onde moro

O que me faz lembrar a cidade onde nasci

Me corre um frio ao perceber que sou o mesmo cara

Mas com uma roupagem diferente

Adquiri novos vícios

Conservo alguns ainda da adolescência

De outros, me livrei

De um modo menos destrutivo

Ainda hoje represento um perigo para mim mesmo

Na medida em que a noite avança

Percebo a nuvem que se aproxima

O vento é tão gelado que fica diferente o ar

Não é seguro ficar aqui

Estar aqui dentro

Imagens se constroem e se desfazem o tempo todo

Eu peço ao último garçom

Que, se puder, pague a minha conta

Pois, devido às escolhas que fiz, já não tem mais volta

Tremendo de frio sob o riso da escuridão

Me ajoelho diante de linhas obscuras

Causando dúvidas entre a vida e a morte

O que me deixa bastante confortável para dizer: Espelho, espelho meu,

Existe criatura mais nociva do que eu?

Poems By Lucas Urudelo__
Enviado por Poems By Lucas Urudelo__ em 04/07/2023
Código do texto: T7829392
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